PREGAÇÕES o dever do sexo no casamento

Sexo fora do casamento é pecado; todos os cristãos sabem isso, e os incrédulos também. Não ter sexo no casamento (sob as circunstâncias ordinárias) também é pecado; talvez nem todos estejam cientes disso. De acordo com I Coríntios 7:3-5, sexo no casamento é uma dívida. Negligenciar ou recusar fazer sexo com o seu cônjuge é roubo, uma quebra do oitavo mandamento: "Não furtarás."
Sem dúvida, a maneira, bem como o conteúdo, do ensino cristão sobre casamento e sexo é bem diferente daquela do mundo. Não objetivamos instigar ou excitar os santos, nem somos púdicos, simplesmente ignorando o assunto. Em vez disso, proclamamos o ensino bíblico sobre sexualidade com pureza e autoridade.
Jesus Cristo é Senhor, e isso significa que Ele é Senhor do casamento e do lar do casal também. Ele tem coisas a dizer aqui. Assim, nosso objetivo é a glória de Deus em Jesus Cristo e a edificação dos santos. Dentro dessa estrutura e com esse espírito, consideremos o dever do sexo no casamento.
I Coríntios 7 fala de marido e esposa dando a "devida benevolência" um ao outro. "O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido." "Devida benevolência" aqui não significa que marido e esposa devem mostrar um ao outro apenas bondade em geral. Considere o contexto. Um propósito do casamento é "evitar a fornicação" . No casamento, seu cônjuge tem autoridade sobre o seu corpo, especialmente no leito matrimonial . A "incontinência" no versículo 5 refere-se a falta de auto-controle sexual. Assim, "devida benevolência" em I Coríntios 7:3 refere-se especificamente à bondade devida ao cônjuge na relação sexual.
Essa "benevolência" sexual é "devida" ao seu cônjuge. É uma dívida, algo que você deve ao seu marido ou esposa. Não é meramente um favor que você faz caso seu cônjuge tenha sido bom. Obviamente alguns, por causa da idade avançada ou debilidade, etc., são incapazes de cumprir essa dívida, mas cônjuges cristãos normais devem pagar esse débito. Você está pagando esse débito ao seu marido?
Pessoas casadas são donos das roupas e comidas que compram, e também da relação sexual com o seu cônjuge: "A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher" (4). Seu cônjuge tem autoridade sobre o seu corpo sexualmente falando; não você.
Alguns podem objetar que eles não se lembram de jurar entregar a autoridade dos seus corpos nos votos de casamento. Provavelmente isso não foi mencionado em tantas palavras, mas a natureza do casamento como uma união de "uma só carne" implica que seu cônjuge tem autoridade sobre o seu corpo sexualmente, e não você. Esse é um pensamento cristão sóbrio. Sem dúvida.
Estamos agora numa posição mais adequada para analisar o pecado de um casamento sem sexo (assumindo que o sexo é fisicamente possível). É roubo não entregar o que é devido. É roubar o seu próximo mais chegado, a saber, o seu próprio cônjuge. É defraudar ele ou ela (5). Isso introduz a idéia de engano e fraude. O casamento, por definição, inclui dar-se ao seu cônjuge. Ao recusar se entregar sexualmente, como prometeu, você comete traição. Isso está fundamentado no egoísmo, o desejo de fazer o que quiser com o seu corpo e não o que o seu cônjuge quer. Esse egoísmo brota da incredulidade, a falta de fé na união vital e espiritual entre Cristo e a Sua igreja que o seu casamento e relação sexual deveriam retratar.
O pecado tem conseqüências. Deus julgará e castigará você por ele. Seu cônjuge será ferido, seriamente ferido. Recusar seus desejos sexuais é algo cruel. Ignorar ou ser indiferente para com ele ou ela é impiedade. Cristo não trata assim a Sua esposa! Seu cônjuge se sentirá insatisfeito, trapaceado e provavelmente se tornará (pecaminosamente) amargo e ressentido. Assim, seu casamento sofrerá. A intimidade física de todos os tipos se secará e você perderá a intimidade emocional e espiritual também.
Pecados maritais impendem as suas orações (I Pedro 3:7). As orações nas devoções em família se tornam difíceis; as orações ficam sem resposta. A leitura da Escritura também se torna um dever árduo. Eventualmente isso pode levar a devoções em família infreqüentes ou à completa negligência.
Negar dar-se sexualmente  no casamento, também torna o seu cônjuge mais vulnerável ao pecado de adultério Lembre-se: um dos propósitos do casamento é evitar a fornicação (2; cf. Pv. 5:18-20). Satanás tem um interesse no seu leito matrimonial. Ele anda em derredor, "buscando a quem possa tragar" (I Pedro 5:8). Não vos defraudeis!
I Coríntios 7:3-5 ensina parte do chamado de maridos e esposas. Eles não devem permitir que se tornem sexualmente indiferentes para com seus cônjuges. Não há lugar para recusas mentirosas: "Estou com dor de cabeça". Isso não é uma licença para explorar ou abusar do seu cônjuge. Nem é um incentivo à tirania masculina. O marido é o cabeça que deve amar a sua esposa e respeitar mas não deve ser passado pra traz. (Ef. 5:29). I Coríntios 7:3-4 enfatiza a igualdade entre marido e mulher: o marido deve dar a "devida benevolência" à sua esposa, e "igualmente" a esposa ao seu marido (3), e o marido tem autoridade sobre o corpo da sua esposa, "também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas  a mulher tem" (4). Assim, no sexo – como em todas as coisas, exceto no pecado—o marido e a esposa cristãos devem procurar agradar um ao outro, e não a si mesmos, pois o amor "não busca os seus interesses" (I Co. 13:5).
Onde então o sexo entra no casamento? Primeiro, deve haver o amor de Deus em seu coração por seu cônjuge. Fluindo desse amor, e como uma expressão desse amor, está a bênção da relação sexual. Assim, embora o sexo no casamento seja um chamado e um dever, ele é mais que um dever.